Poderio, poder, poderoso...

domingo, 11 de abril de 2010


Atos miraculosos, ações extraordinárias tem sido os desejos mais ambicioso de todo ser humano. A ambição pelo poder, pela força tem refutado de nós a percepção de como as coisas simples é transcendental.
Anelamos o poder na intenção de mudarmos uma situação num piscar de olhos para não termos o incomodo de nos desgastar tomando atitudes que vão nos fazer sacrificar ou sangrar. Para que também sejamos o centro das atenções e para que nós sejamos percebidos. Para num momento desgraçado revertemos o quadro. Queremos poder. Poder miraculoso, extraordinário, impressionante, incomparável, sobrenatural...
A compreensão de que poderoso é aquele que detém um poder mais elevado de que qualquer outro ser.
Poderoso é aquele que tem o controle do seu próprio poder, e não é dominado por ele. Todo poderoso (filme com Jim Carey), expõe bem o poder sobrenatural nas mãos de um homem, do qual no fim das contas não consegue controla-lo... é definido que esse homem é poderoso... Porém não é...
Milagre é um jovem renunciar as drogas para buscar o estudo... Milagre é perdoar quem nos machucou... Poder é amar os outros como nós nos amamos... Poder é ajudar o haiti...o chile... o Rio de Janeiro...
Ser poderoso é reconhecer que você é o próprio milagre simples e transcendente...

Mais pessoas vão para o céu com a Visa!

quinta-feira, 18 de março de 2010


É um vergonha! Nas comunidades eclesiais os membros não sabem o significado do dízimo; a simbologia que o dizimo/oferta tem é de reconhecimento do individuo de que tudo pertence a Deus...Porém, pessoas dão na intenção de receber 7 vezes mais ou algo em troca, pois, muitos lideres vêm usando esta tática para tomar dinheiro do povo e é comprovado que os mais influenciados são os de classe baixa. Já ouvi casos de pessoas darem suas casas e passarem a residir nas ruas. Precisa-se retomar o sentido do que é dízimo/oferta.

JOVEM JOVEM ABRE O OLHO!!



Rafael QT

oO

Deus, Jesus e o pluralismo religioso - Entrevista com John Hick polêmico

quarta-feira, 3 de março de 2010


Para John Hick, a encarnação divina é uma idéia metafórica. “Assim, tomando um exemplo da recente história da África do Sul, podemos dizer que Nelson Mandela encarnou, vivenciou plenamente o espírito de perdão e reconciliação. Neste sentido metafórico, Jesus encarnou o espírito da autodoação em resposta a uma consciência do Pai celeste.” Para ele, considerando Jesus como um grande profeta e doutrinador espiritual o cristianismo está preparado para um genuíno diálogo com outras crenças, em benefício da paz mundial.
O inglês John Hick, teólogo e filósofo da religião, é considerado um dos teólogos com vasta reflexão sobre a teologia do pluralismo religioso. Oriundo da tradição presbiteriana da Inglaterra, hoje ligada à Igreja Reformada, é autor de diversos livros, ainda pouco conhecidos no Brasil. Entre suas obras publicadas em português, citamos A metáfora do Deus encarnado (Petrópolis: Vozes, 2000) e Teologia cristã e pluralismo religioso: o arco-íris das religiões (São Paulo: Attar, 2005).

entrevistador - Quem é Jesus Cristo? O que destacaria sobre ele a partir de sua reflexão teológica?

John Hick - Jesus de Nazaré foi um homem, um judeu, que emergiu no último ou nos dois últimos anos de sua vida como um pregador e curador carismático, chamou discípulos para segui-lo e foi visto por eles como o esperado messias. Ele foi executado pelos romanos, pois houve, mais cedo ou mais tarde, pessoas que o aclamavam, ou foram aclamadas por outros, como o messias dos judeus. Por aproximadamente dois mil anos, seus ensinamentos sobre como viver (particularmente no Sermão da Montanha) e suas vívidas parábolas sobre o amor de Deus sustentaram a Igreja cristã. Ele mesmo não pretendeu fundar uma igreja, ou uma nova religião, porque ele acreditava que, dentro de alguns anos, Deus haveria de intervir para encerrar a Era presente e inaugurar Seu reino na terra. Jesus não pensou sobre si mesmo como Deus encarnado, ou como a Segunda Pessoa da divina Trindade, mas como alguém chamado por Deus para profetizar o próximo Fim. Mas, pelo final do primeiro século (como vemos no Evangelho de João), a Igreja, amplamente construída por São Paulo, chegou a divinizá-lo.

entrevistador - Em sua obra sobre a teologia cristã das religiões, você fala que Jesus foi “um homem aberto à presença de Deus num grau verdadeiramente impressionante e que era alimentado por uma consciência de Deus extraordinariamente intensa”. Qual é o lugar de Jesus de Nazaré em sua hipótese pluralista?

John Hick - Sim, a consciência de Jesus sobre a presença de Deus deve ter sido extraordinariamente intensa. O seu lugar entre as hipóteses pluralistas é uma de um grande número de grandes figuras espirituais que se encontram na origem de novos movimentos religiosos – o Buda, Zoroastro, Mahavira, Moisés, Jesus, Maomé, Nanak...

entrevistador - A seu ver, quais são alguns efeitos problemáticos que acompanharam ao longo da história a doutrina cristã da encarnação? É correto dizer que a doutrina da encarnação provoca necessariamente a reivindicação de superioridade do cristianismo sobre as outras religiões?

John Hick - Se Jesus foi Deus encarnado, isto significa que o cristianismo, único entre as religiões do mundo, foi fundado por Deus em pessoa. Ele é, então, a religião do próprio Deus, para a qual Ele deseja que toda a humanidade seja conduzida. Esta foi, de fato, a visão da Igreja durante muitos séculos. Isso conduziu a que se denegrissem outras crenças, ignorando sua verdadeira natureza, conduzindo também a males tão nefastos como a secular perseguição dos judeus, bem como às cruzadas.

entrevistador - Você aponta, em suas obras, questionamentos precisos às reflexões cristológicas que acompanham os concílios de Nicéia e Calcedônia. A seu ver, há que avançar teologicamente para além desses concílios? Em que sentido?

John Hick - Sim, as formulações de Nicéia[7] e Calcedônia[8] poderiam ser encaradas como importantes documentos históricos, mas já não são usadas hoje em dia. Os teólogos jamais foram capazes de tornar inteligível a idéia de que Jesus tem duas naturezas, uma humana e a outra divina. Como pode um indivíduo histórico ser ambas as coisas, humanamente finito e divinamente infinito, humanamente frágil e divinamente onipotente, humanamente ignorante e divinamente onisciente, humanamente criado e divinamente o criador do universo?

entrevistador - Que elementos devem ser levados em conta para uma cristologia em diálogo com a contemporaneidade?

John Hick - Nós precisamos ver a idéia da encarnação divina como uma idéia metafórica. Encarnar-se, para exemplificar, é incorporar-se para viver plenamente sua própria vida. Assim, tomando um exemplo da recente história da África do Sul, podemos dizer que Nelson Mandela encarnou, vivenciou plenamente o espírito de perdão e reconciliação. Neste sentido metafórico, Jesus encarnou o espírito da autodoação em resposta a uma consciência do Pai celeste. (“Filho de Deus” é, por conseguinte, uma metáfora, familiar no âmbito do judaísmo: Adão foi filho de Deus, os anjos eram filhos de Deus, os antigos reis hebreus foram coroados como filhos de Deus e, de fato, qualquer judeu realmente piedoso e bom poderia ser chamado filho de Deus.) Com Jesus visto como um grande profeta e doutrinador espiritual, o cristianismo está, pois, preparado para um genuíno diálogo com outras crenças, em benefício da paz
mundial.

comentem!!

O encanto dos Orixás

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Quando atinge grau elevado de complexidade, toda cultura encontra sua expressão artística, literária e espiritual. Mas ao criar uma religião a partir de uma experiência profunda do Mistério do mundo, ela alcança sua maturidade e aponta para valores universais. É o que representa a Umbanda, religião, nascida em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1908, bebendo das matrizes da mais genuina brasilidade, feita de europeus, de africanos e de indígenas. Num contexto de desamparo social, com milhares de pessoas desenraizadas, vindas da selva e dos grotões do Brasil profundo, desempregadas, doentes pela insalubridade notória do Rio nos inícios do século XX, irrompeu uma fortíssima experiência espiritual.

O interiorano Zélio Moraes atesta a comunicação da Divindade sob a figura do Caboclo das Sete Encruzilhadas da tradição indígena e do Preto Velho da dos escravos. Essa revelação tem como destinatários primordiais os humildes e destituídos de todo apoio material e espiritual. Ela quer reforçar neles a percepção da profunda igualdade entre todos, homens e mulheres, se propõe potenciar a caridade e o amor fraterno, mitigar as injustiças, consolar os aflitos e reintegrar o ser humano na natureza sob a égide do Evangelho e da figura sagrada do Divino Mestre Jesus.

O nome Umbanda é carregado de significação. É composto de OM (o som originário do universo nas tradições orientais) e de BANDHA (movimento inecessante da força divina). Sincretiza de forma criativa elementos das várias tradições religiosas de nosso pais criando um sistema coerente. Privilegia as tradições do Candomblé da Bahia por serem as mais populares e próximas aos seres humanos em suas necessidades. Mas não as considera como entidades, apenas como forças ou espíritos puros que através dos Guias espirituais se acercam das pessoas para ajudá-las. Os Orixás, a Mata Virgem, o Rompe Mato, o Sete Flechas, a Cachoeira, a Jurema e os Caboclos representam facetas arquetípicas da Divindade. Elas não multiplicam Deus num falso panteismo mas concretizam, sob os mais diversos nomes, o único e mesmo Deus. Este se sacramentaliza nos elementos da natureza como nas montanhas, nas cachoeiras, nas matas, no mar, no fogo e nas tempestades. Ao confrontar-se com estas realidades, o fiel entra em comunhão com Deus.

A Umbanda é uma religião profundamente ecológica. Devolve ao ser humano o sentido da reverência face às energias cósmicas. Renuncia aos sacrifícios de animais para restringir-se somente às flores e à luz, realidades sutis e espirituais.

Há um diplomata brasileiro, Flávio Perri, que serviu em embaixadas importantes como Paris, Roma, Genebra e Nova York que se deixou encantar pela religião da Umbanda. Com recursos das ciências comparadas das religiões e dos vários métodos hermenêuticos elaborou perspicazes reflexões que levam exatamente este título O Encanto dos Orixás, desvendando-nos a riqueza espiritual da Umbanda. Permeia seu trabalho com poemas próprios de fina percepção espiritual. Ele se inscreve no gênero dos poetas-pensadores e místicos como Alvaro Campos (Fernando Pessoa), Murilo Mendes, T. S. Elliot e o sufi Rumi. Mesmo sob o encanto, seu estilo é contido, sem qualquer exaltação, pois é esse rigor que a natureza do espiritual exige.

Além disso, ajuda a desmontar preconceitos que cercam a Umbanda, por causa de suas origens nos pobres da cultura popular, espontaneamente sincréticos. Que eles tenham produzido significativa espiritualidade e criado uma religião cujos meios de expressão são puros e singelos revela quão profunda e rica é a cultura desses humilhados e ofendidos, nossos irmãos e irmãs. Como se dizia nos primórdios do Cristianismo que, em sua origem também era uma religião de escravos e de marginalizados, “os pobres são nossos mestres, os humildes, nossos doutores”.

Talvez algum leitor/a estranhe que um teólogo como eu diga tudo isso que escrevi. Apenas respondo: um teólogo que não consegue ver Deus para além dos limites de sua religião ou igreja não é um bom teólogo. É antes um erudito de doutrinas. Perde a ocasião de se encontrar com Deus que se comunica por outros caminhos e que fala por diferentes mensageiros, seus verdadeiros anjos. Deus desborda de nossas cabeças e dogmas.



Leonardo Boff

A ORAÇÃO A DEUS DE NIETZSCHE

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

São célebres, entre outras, as seguintes afirmações de Friederich Nietzsche:

"Deus está morto. Viva perigosamente. Qual o melhor remédio? - Vitória!".

"A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade."

"As convicções são cárceres."

"As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."
"O cristianismo foi, até ao momento, a maior desgraça da humanidade, por ter desprezado o Corpo."

Nietzsche não descobriu a “verdade” e há afirmações históricas de que morreu louco, eventualmente como consequência da sífilis.

Mas este filósofo tinha uma oração ao Deus desconhecido, que rezava assim:

“Antes de prosseguir o meu caminho e lançar o meu olhar para a frente, uma vez mais elevo, só, as minhas mãos a Ti na direcção de quem fujo.

“A Ti, das profundezas do meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, a Tua voz me pudesse chamar.

“Sobre estes altares estão gravadas em fogo estas palavras: “Ao Deus desconhecido.”

“Teu, sou eu, embora até ao presente me tenha associado aos sacrilégios.

“Teu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.

“Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servir-Te.

“Eu quero conhecer-Te, desconhecido.

“Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.

“Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero conhecer-Te, quero servir-Te só a Ti.”






(Esta oração foi retirada do livro Os Segredos do Pai-Nosso, de Augusto Cury, Ed. Pergaminho, págs. 164 e 165).

Jesus, o ser humano Part 1

Ao observar os discursos, as parábolas e os demais tipos de alocuções exposto por Jesus, é visto que não há "nada" de divíno que tenha sido manifestado em suas orações, mas uma ilustre e esplêndida demonstração de como ser realmente um humano. É fulcral perceber a paixão de Deus ao ponto de se limitar, tornando totalmente humano, utilizando a linguagem, os pensamentos e atitudes que não fosse além da esfera humana (com excessão de seu nascimento e ressurreição), é como se fosse um passáro que decidisse só andar e não voar ainda que tenha asas. Sendo onisciente decidiu refutar suas elucubrações sapienciais afim de quando ouvir sobre determinado pensamento não utilizasse de sua sabedoria transcendental e sim em se preocupar em pensar, estudar como qualquer ser humano, afim de entender agora como um ser humano e não como Deus seus pensamentos, sentimentos, dificuldades, dentre outros paradgimas e ensinar como viver sem destruir a vida.


Continua...



Rafael Q. Torres

DIÁLOGO ENTRE UM CRISTÃO E UM ET

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Estamos pensando em divulgar o evangelho no seu planeta para trazer-lhes a salvação.

Evangelho? Salvação? Não entendi.

Quis dizer que, não tendo os Srs. religião alguma, pretendemos ajudá-los a conhecer a Verdade da Palavra.

Verdade? Palavra? Continuo sem entender.

Explico: fomos todos, os Srs. inclusive, criados por um Deus todo poderoso, que enviou seu filho Jesus, o qual foi sacrificado para nos salvar do pecado.

(Pensando consigo mesmo: ele nada sabe sobre nós, mas é capaz de doutrinar sobre nosso destino). Acho que o que Sr. pretende divulgar entre nós é o que conhecemos aqui como Mitologia Primitiva.

Não, não é isso, eu estou falando da Verdade emanada do livro sagrado: a Bíblia.

Livro sagrado? Eu poderia vê-lo? (recebe um exemplar e lê em poucos minutos com auxílio de um tradutor).

É um texto interessante, na verdade, vários textos, compilados, recomplicados, traduzidos e retraduzidos, escritos, reescritos e revisados milhares de vezes. E remontam a épocas bem distintas entre si, e, claro, é uma obra coletiva.

Não é isso; o Sr. não entendeu; trata-se de um texto harmonioso, preciso, realista, que expressa, sem um mínimo de contradição, a mais exata palavra do Criador; tudo foi escrito sob Inspiração Divina.

Entendo. Imagino que existam centenas de livros semelhantes entre os Senhores, referindo outros deuses, inclusive.

Certamente. Mas este é o único verdadeiro, os demais são falsos ou apócrifos.

Bem, isso já é interpretação, e, convenhamos, uma interpretação um tanto ingênua e até presunçosa. Veja: para nós, o mundo está repleto de mitos de origem, e todos são falsos do ponto de vista dos fatos; e nenhum dos livros ditos sagrados resultou do talento literário de Deus, mas dos seres (Joseph Campbell. As Máscaras de Deus. Mitologia Ocidental. S. Paulo: Palas Athena, 2004).

Compreendo sua resistência inicial, afinal é seu primeiro contato com a palavra de Deus.

Talvez. De todo modo, isso é exatamente o que nós chamamos aqui de mitologia primitiva, um relato de fábulas infantis.

Que seja; ainda assim, o Sr. não estaria disposto a ouvir o conteúdo essencial das sagradas escrituras?

Claro, sou todo ouvidos.

Pois bem, antecipo que, se o Sr. se converter, será salvo do pecado e terá a vida eterna.

Vida eterna? Pecado?

Sim, exatamente, depois da morte física, como o Sr. Jesus, o Sr. ressuscitará entre os mortos e viverá para sempre, eternamente.

Acho que uma tal doutrina não tem chances de vingar entre nós.

Por que não?

É que, para nós, uma vida eterna soaria, não como salvação, mas como maldição.

Maldição?

Sim, é que podemos viver até cerca de 1.000 anos, mas costumamos, por decisão própria, morrer por volta dos 500 anos, ingerindo a pílula da morte voluntária; logo, uma vida eterna seria um castigo. É que, para nós, a morte é boa, necessária, inevitável, e não um mal a ser temido. Cremos que, como parte da natureza, tudo no mundo deve necessariamente nascer, crescer e morrer, pois do contrário a vida seria impossível ou insuportável.

E as doenças? As suas doenças serão curadas.

Doenças? Mas nós raramente adoecemos e, quando isso ocorre, a medicina nos socorre com grande êxito, em praticamente 100% dos casos. Mas estou curioso sobre a doutrina do pecado; fale-me sobre o pecado; o que é o pecado?

Em resumo, o pecado é uma violação das leis de Deus, especialmente uma violação aos dez mandamentos: não matar, não cobiçar a mulher do próximo etc.

Entendo. Entre nós, quase não existe homicídio; por isso, sequer cogitamos de criar regras para proibi-lo. De todo modo, se tal ocorrer, é possível ressuscitar a vítima por meio de transplantes ou similar, pois a nossa medicina é muitíssimo avançada. Quanto a cobiçar a mulher do próximo, não existe entre nós essa “mulher do próximo” ou “homem do próximo”, porque entre nós as pessoas são livres para disporem de seu corpo como quiserem. E embora existam relações estáveis entre nós, não existe o que os Sr. chama de casamento; e nem faz sentido a idéia de adultério. Portanto, não existindo a regra, não existe violação à regra, logo, seria inconcebível a idéia de um tal pecado. De mais a mais, a prática do sexo é entre nós um ritual sagrado ou quase sagrado, além de muitíssimo saudável; praticamos de todas as formas possíveis: tântrico, telepático, virtual etc.

Pelo que vejo, os Srs. são uns pervertidos.

Também a idéia de perversão, como a de pecado, não faz sentido entre nós. Mas não é só: proibir desejos e paixões seria uma regra artificial e contra a vida que, no máximo, nos levaria à dissimulação e à própria perversão, de sorte que a regra seria pior do que a sua violação. De todo modo, parece-nos um tanto bizarro que um Deus se ocupe de detalhes da vida sexual das pessoas e procure regrá-la.

Parece que vai ser difícil doutriná-los, mas eu não tenho dúvida de que conhecerão a Verdade e a Verdade os libertará.

Ou escravizará (disse baixinho).

O mais importante, no entanto, é que os Srs. saibam que Deus concebeu seu filho Jesus da virgem Maria, foi sacrificado para nos salvar, ressuscitou entre os mortos e é o caminho, a verdade e a vida, e, portanto, a chave para redenção de nossos pecados.

Continuo sem entender: o Sr. fala que não se deve cobiçar a mulher do próximo, mas defende um Deus que gera um filho numa mulher casada; fala de amor, e, no entanto, refere um Deus que oferece seu próprio filho inocente em holocausto. Doutrina estranhíssima (uma maluquice, pensa consigo mesmo).

Estranhíssima para alguém sem fé, mas não para quem conhece a Verdade e sabe que a Verdade liberta.

Bem, eu espero que o Sr. consiga ao menos ser ouvido na sua pregação, mas não diga que não o adverti de que semeará em solo infértil.

Veremo.

"O Bom Samaritano"

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Rodolfo Calligaris

Certa vez, estando Jesus a ensinar, "eis que se levantou um doutor da lei e lhe disse, para o experimentar: - Mestre, que hei de fazer para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: - Que está escrito na lei? Como é que lês? Tornou aquele: - "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de toda a tua mente; e a teu próximo como a ti mesmo". - Respondeste bem, disse-lhe Jesus . Faze isto, e viverás. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou ainda: - E quem é o meu próximo? Ao que Jesus tomou a palavra e disse: Um homem descia de Jerusalém a Jerico e caiu nas mãos dos ladrões que logo o despojaram do que levava; e depois de o terem maltratado com muitas feridas, retiraram-se, deixando-o meio morto. Casualmente, descia um sacerdote pelo mesmo caminho; viu-o e passou para o outro lado. Igualmente, chegou ao lugar um levita; viu-o e também passou de largo. Mas, um samaritano, que ia seu caminho, chegou perto dele e, quando o viu, se moveu à compaixão. Aproximou-se, deitou-lhe óleo e vinho nas chagas e ligou-as; em seguida, fê-lo montar em sua cavalgadura, conduziu-o a uma hospedaria e teve cuidado dele. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo: Toma cuidado dele, e o que gastares a mais, pagar-te-ei na volta. Qual destes três se houve como próximo daquele que caíra nas mãos dos ladrões? Respondeu logo o doutor: - Aquele que usou com o tal de misericórdia. Então lhe disse Jesus: Pois vai, e faze tu o mesmo" ( Lucas, 10, 25-37 ).

Qual o ensinamento que o Mestre aí nos dá? O de que para entrarmos na posse da vida eterna não basta memorizarmos textos da Sagrada Escritura. O que é preciso, o que é essencial, para a consecução desse objetivo, é pormos em prática, é vivermos a lei de amor e de fraternidade que ele nos veio revelar e exemplificar.

Haja vista que o seu interpelante, no episódio em tela, é um doutor em teologia, que provou ser versado em religião, visto que repetiu de cor, sem pestanejar, palavra por palavra, o conteúdo dos dois principais mandamentos divinos.

Mas, conquanto fosse um mestre religioso e nessa condição conhecesse muito bem a lei e os profetas, não estava tranqüilo com a própria consciência; sentia, lá no íntimo da alma, que algo ainda lhe faltava . Daí a sua pergunta: "Mestre, que hei de fazer para alcançar a vida eterna”.

Não o martirizasse uma dúvida atroz sobre se seriam suficientes os seus conhecimentos teológicos e os privilégios de sua crença para ganhar o reino do céu, e não se teria ele dirigido ao Mestre da forma como o fez.

Notemos agora que - o isso é de suma importância -, em sua resposta, Jesus não disse, absolutamente, que havia uma "predestinação eterna", isto é, "uma providência especial”, que assegura aos eleitos graças eficazes para lhes fazer alcançar, infalivelmente, a glória eterna"; também não falou que havia uma "salvação pela graça, mediante a fé; nem tampouco indicou como processo salvacionista à filiação a esta ou àquela igreja; assim como não cogitou de saber qual a idéia que o outro fazia dele, se o considerava Deus ou não.

Ante a citação feita pelo doutor da lei, daqueles dois mandamentos áureos que sintetizam todos os deveres religiosos, disse-lhe apenas: "Faze isso, e vivereis", o que equivale a dizer: aplica toda a tua força moral, intelectual e afetiva na produção do BEM, em favor de ti mesmo e do próximo, e ganharás a vida eterna!

O tal, porém, nem sequer sabia quem era o seu próximo! Como, pois, poderia amá-lo como a si mesmo, a fim de se tornar digno do Reino?

Jesus, então, extraordinário pedagogo que era, serenamente, sem impacientar-se, conta-lhe a parábola do "bom samaritano", através da qual elucida o assunto, fazendo-o compreender que ser próximo de alguém é assisti-lo em suas aflições, é socorrê-lo em suas necessidades, sem indagar de sua crença ou nacionalidade. E após argüi-lo, vendo que ele entendera a lição, conclui, apontando-lhe o caminho do céu em meia dúzia de palavras:

"Pois vai e faze o mesmo!".

Se a salvação dos homens dependesse realmente de "opiniões teológicas" ou de "sacramentos" desta ou daquela espécie, como querem fazer crer os atuais doutores da lei, não seria essa a ocasião azada, oportuna, propícia, para que Jesus o afirmasse peremptoriamente?

Mas não! Sua doutrinação é completamente diferente disso tudo: Toma um homem desprezível aos olhos dos judeus ortodoxos, tido e havido por eles como herege - um samaritano - e, incrível! Aponta-o como "modelo", como "padrão", aos que desejem penetrar nos tabernáculos eternos!

E' que aquele renegado sabia praticar boas obras, sabia amar os se s semelhantes, e, para Jesus, o que importa, o que vale, o que pesa, não são os "credos" nem os "formalismos litúrgicos", mas os "bons sentimentos", porque são eles que modelam idéias e dinamizam ações, caracterizando os verdadeiros súditos do Reino Celestial.

Fé é uma postura que é assumida diante de Javé, vai além de um credo!

sábado, 12 de dezembro de 2009
Fé é uma palavra que está cheia distúrbios, no que se refere ao seu significado. Esta tem sido alvo de respostas desorganizadas quanto a uma atitude descontrolada ou precipitada (um exemplo disto: certo individuo demasiadamente religioso toma uma atitude precipitada quanto-a determinada situação na qual existe a necessidade de parar e pensar antes de tomar qualquer atitude, e quando questionado este responde; tenho fé).

A fé numa perspectiva bíblica tem como sentido etimológico a idéia de crer, confiar e dentre outros paradigmas sinônimos. Contudo, observando os contextos (Salmo 4:5, Génesis 15:6, Marcos 1:15, dentre outras perícopes que relata sobre fé) no qual se utiliza o termo fé, é visto que ela não pressupõe apenas de uma simples confiança ou crença, mas de uma confiança que leva atitudes que evidencie o seu credo, ou seja, faz com que determinado credo faça parte de sua existência. Fé é uma atitude que tomamos diante de Javé.

Para muitos, fé é somente acreditar na existência de Deus. Porém, a existência de Deus prescinde da fé. A própria razão explana isto: Pela análise das coisas criadas chegamos ao Criador; da ordem natural ao Ordenador; dos seres contingentes ao Ser Necessário; dos móveis ao Motor Imóvel. A inteligência nos diz que Deus existe, antes mesmo da fé. Logo, fé não pode ser simplesmente acreditar na existência de Deus, por vã repetição de termos. Mais que um crer na existência de Deus (pois a razão, antes da fé, nos diz que Ele existe), ou confiar n’Ele, a fé religiosa é a adesão do intelecto a um testemunho de fundo religioso. Como foi dito a principio, a fé é tributaria de uma atitude que é resultado da confiança de algo.

A fé em romanos 10:17 nasce pelo ouvir, ou seja, na disposição do ouvir e aderir aos ensinamentos eqüitativos e fulcral para a vida, é coeso o sentimento de confiança e credo resultando numa atitude paralela com o que foi ouvido.


Rafael de Queiroz Torres
"Examinai tudo. Retende o que é bom.”
- I Tessalonicenses, 5:21 -

O Senhor e Rei eterno
 

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