O mandamento é viver bem

quarta-feira, 19 de maio de 2010


Desde os primórdios da humanidade, os homens vêm buscado métodos os quais os tornem “especiais” ou “melhores” para terem um relacionamento com Deus. Alguns adotaram a idéia de se separarem da sociedade para não se corromperem, pois a sua compreensão é de que se separando ou isolando-se obteriam um relacionamento com o Divino. Outros buscaram e buscam ver a vida hoje como algo sem valor, pois esta é passageira e o que importa é cuidar do espírito para a vida após a morte.
Nietzsche preconiza a vida, do contrário dos cristãos contemporâneos seus que a desvalorizam colocando a sua expectativa na vida após a morte, e titulando algumas atitudes naturais como pecado ou tributária do diabo, ou seja, eles classificaram a vida em dicotomias; ou é de Deus ou do diabo, ou bom ou ruim, excluindo todas as possibilidades de que na vida não se tem uma(s) opção(ões) natural, exemplo disso é o individuo tomar banho de praia, é de Deus ou do diabo? Alguns cristãos classificam do diabo, pois se tem o prazer no ato. Jesus Cristo executou aqui na terra o modo de como se ter um relacionamento com Deus, ELE mostrou que para se ter um relacionamento com o Divino não precisa ser “divino” ou se sentir melhor que o outro, porém bastando ser um ser humano, executando o fruto do espírito que não é nada “transcendental” para o alcance humano. Não discordo de ovacionar a vida pós a morte, do contrario devemos viver na expectativa, porém não desvalorizando a vida aqui na terra e sim ter a consciência de que a vida em cristo ou com cristo começa aqui, contudo é preciso entender que esta vida não e só da dicotomia, mas também do “entre”, ou seja, se existe o desejo de comer melancia não precisa classificar se é algo bom ou ruim, se é de Deus ou não, pois existe a naturalidade da vida. Cristo chamou a todos para ser seres humanos, pois o mundo estava perdeu a sua identidade, e estavam num processo de desumanização ou estavam querendo ser divinos ou anjos, contudo se observarmos a vida com Cristo, esta se resume em amar. Observando o fruto do espírito que está escrito em gálatas 5:22, dependendo totalmente de Deus, e sendo ELE que nos capacita.
O mandamento é viver bem.


Rafael de Q. Torres...

Mentira..

sábado, 8 de maio de 2010

Era mais de meia noite, minha cabeça estava pesada com os vários pensamentos que vinham sobre o que vinha estudado e lido durante a semana... Para “distrair”(ou para mim deixar mais doido) comecei a ler Nietzsche. No decorrer da leitura diante de linguagens escabrosas e expressões nimiamente complexas algo chama a minha atenção e faz com que minha capacidade de interpretar decida estacionar naquela colocação “verdadeira” e clara de Nietzsche... Quem tem razões de sair da realidade pela mentira? Aquele que sofre da realidade. Mas sofrer da realidade quer dizer ser uma realidade que fracassou.

Quando mentimos é para esconder de algo que vai nos fazer mal de alguma maneira ou para privarmos alguém próximo de algo que o faça mal também.
“A boa-fé é uma virtude, é claro, o que a mentira não poderia ser. Mas isto não quer dizer que toda mentira seja condenável nem, a fortiori, que devamos sempre nos proibir de mentir. Nenhuma mentira é livre, por certo, mas quem pode ser sempre livre? E como o seríamos, diante dos maus, dos ignorantes, dos fanáticos, quando eles são os mais fortes, quando a sinceridade para com eles seria cúmplice ou suicida? Caute... A mentira nunca é uma virtude, mas a tolice também não, mas o suicídio também não. Simplesmente, às vezes é preciso se contentar com o mal menor.” (Comte-Sponville, 1995, pp.120-1, o grifo é nosso).
Suponhamos que você escondeu um judeu perseguido pela Gestapo no sótão da sua casa. Suponhamos que três agentes da polícia de Hitler batem na sua porta e perguntam: “O senhor por acaso viu, seu vizinho, um judeu chamado Jakob Rosenthal ?” Como bom kantiano e para manter a coerência em relação aos princípios éticos do mestre, você teria que dizer: “Não só o vi como também o escondi no sótão”. Com isto você estaria ferindo gravemente a Ética e também o próprio pé em que você deu um tiro (pois esconder judeus era crime grave na Alemanha nacional-socialista). E tudo isto só para não mentir para reles nazistas! “Morrer, se preciso for, mentir nunca!” Kant...

A mentira neste mundo pós-moderno adota o conceito kantiano, porém no decorrer da historia existem vários víeis... mas como Nietzsche e Comte-Sponville coloca, entendo que independente se ela gera conseqüência ou não ficamos presos a algo, ou seja, de alguma maneira ou outra nos desassociamos da realidade...



Rafael Q.T.
"Examinai tudo. Retende o que é bom.”
- I Tessalonicenses, 5:21 -

O Senhor e Rei eterno
 

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